História

História

Este espaço será destinado ao Memorial do Alagoinhas Atlético Clube. Os contatos para a construção desse memorial já foram iniciados. Pretendemos envolver alguns segmentos da cidade que tem ligação direto com a temática, como por exemplo, o curso de História da UNEB. Mas não podemos esquecer das opiniões dos torcedores apaixonados do Atlético que fazem parte da “memória viva” deste querido clube. Contamos também com a colaboração de qualquer pessoa que queira participar deste projeto, seja com opiniões, documentos escritos, fotografias ou qualquer outro material que possa fazer parte da história do clube.
Enquanto o memorial não fica pronto, apresentamos um pequeno texto sobre o início da história do Alagoinhas Atlético Clube.
Após análises dos sucessivos sucessos dos campeonatos de futebol amador da cidade de Alagoinhas, em que destacavam-se o Grêmio, Ferroviário, Agulha, Juventus, Botafogo e Gato Preto, e das participações da Seleção Alagoinhense nos campeonatos intermunicipais de seleções, com a inauguração do Estádio Municipal Antônio de Figueiredo Carneiro (Estádio Antônio Carneiro – o Carneirão), os desportistas de Alagoinhas, resolveram fundar e inscrever um clube para disputa do Campeonato Baiano de Futebol, um novo Clube, que unificasse todos os amantes de futebol da cidade sob uma só bandeira, assim surgiu o Alagoinhas Atlético Clube, fundado em 2 de abril de 1970.
Sócio fundador, conselheiro e torcedor apaixonado, Saturnino Peixoto Pinto concentrou seu poder de imaginação para criar o escudo do Atlético, clube de seu coração e, explicando seu significado:“O escudo é de forma circular e sua periferia é contornada por uma roda dentada em esmalte sable (preto), significando pela forma, o trabalho e, pela cor, a prudência e o poder. Segue-se a faixa concêntrica em metal prata (brancol), significando pureza e paz, Nessa faixa está colocada a legenda Alagoinhas Atlético Clube, sendo separada por três estrelas que representam os elementos da natureza: Terra, Água e Ar. O círculo central, em esmalte galês (vermelho), significa soberania e luta e nele está localizada as letras “AAC”, de traçado concêntrico e em metal prata (branco)”.
Para a festa que a cidade de Alagoinhas preparou para inauguração do Estádio do Carneirão em 24 de janeiro de 1971, com o jogo Bahia 3 – 1 Corinthians (que tinha como principal atração o tri-campeão mundial Roberto Rivelino), foi reservado a emoção de naquele dia, ver nascer o símbolo do Atlético, o Carcará.
O “pai da ideia” foi o desportista, conselheiro e sócio-fundador Heraldo Aragão. Com outros desportistas (Edvalson Lima e Walter Campos), todos eles sentiram a necessidade de criarem um fato que lembrasse o Atlético, nesse evento, que seria a invenção do símbolo do clube. O Radialista Antonio Pondé visualizou um boneco, com a cabeça em forma de laranja, para ser o mascote, o que não vingou. Na época, havia um feirante que vendia folhas medicinais que possuía um pássaro, o carcará, que fora lembrado por Heraldo e, procurando-o, combinou para no dia dessa festa, levasse seu pássaro para o estádio e desse uma exibição diante da torcida. Foi uma sensação, mas diante de tanta gente, o animal ficou assustado e, bateu asas sumindo, levando o dono ao desespero, pela perda, vindo a cobrar do pai da ideia, a quantia de 50 mil cruzeiros de indenização. Mas felizmente o pássaro voltou, para alegria não só do dono, como também, de Heraldo Aragão que seria obrigado a desembolsar tal quantia.
A partir daí, o Carcará, já consagrado, passou a ser o símbolo do Atlético.
Com a documentação em dia, diretoria já constituída, com o time formado e o Estádio Antonio Carneiro (o Carneirão), pronto, só faltava disputar o campeonato baiano de profissionais.
A diretoria do Atlético fora à Federação Baiana de Futebol para convencer ao então interventor, Dr. Cícero Bahia Dantas, à inclusão no campeonato. Mesmo não garantindo, prometeu lutar, alegando as qualidades do Estádio do Carneirão, que era um dos melhores do estado. Não deu tempo em atender a reivindicação por Ter sido substituído pelo Dr. Jorge Radel que deu a triste notícia: “o Atlético não deverá participar do campeonato de 71, os novos estatutos não permitem”.
Com o prestígio do então Prefeito de Alagoinhas, Dr. Murilo Cavalcante, que levou a Diretoria ao Governador do Estado, Dr. Luiz Viana Filho, para exporem a situação, veio o sinal verde, após interferir junto a FBF.
A primeira partida amistosa, disputada pelo Atlético, foi em 30 de janeiro de 1971, num jogo amistoso, no Estádio do Carneirão, contra o Fluminense de Feira de Santana, em que fora vencido pelo placar de 1 x 0.
A primeira partida oficial, válida pelo Campeonato Baiano/71, foi no dia 11 de abril de 1971, também no Carneirão, contra o Leônico, em que o Atlético venceu pelo escore de 2 x 1. O primeiro gol surgiu aos 37 minutos da fase inicial, quando Dida recebeu um lançamento de Olívio, driblou dois zagueiros e da entrada da grande área, chutou no ângulo esquerdo do goleiro “adversário”, sem chance de defesa. Alegria total nas arquibancadas, era gol do Atlético. No segundo tempo, o Leônico voltou ameaçador empatando aos 18 minutos, emudecendo por completo a plateia que lotava o estádio. Mas, houve uma reação, jogando melhor e, aos 43 minutos, Dida aproveitando a cobrança de um escanteio, pela direita, fez um bonito gol, levando a torcida ao delírio e, um carnaval tomou conta da cidade. Era o Atlético ingressando no cenário esportivo profissional.
A escalação do time A escalação do time naquele dia foi:
* Bruno
* Zezinho
* Gaguiho
* Ênio
* Chico
* Olívio
* Biriguda (Dilson)
* Dida
* Mário
* Luciano
Técnico:Antônio Conceição
Literatura de Cordel – José Olívio
HISTÓRIA DO ATLÉTICO DE ALAGOINHAS
O investimento em lazer
Revela sabedoria
O Esporte é fonte segura
De saúde e alegria
Preparando a pessoa
Pra luta do dia-a-dia.

A rotina do trabalho
É preciso ser quebrada
Uns curtem um belo show
Outros curtem caminhada
Investir no futebol,
É fazer grande jogada.

O futebol nessa terra
Há muito é tradição
O Juventus, Gato-Preto,
O Grêmio, a Seleção,
Agulha, Ferroviário…
Principalmente o Fogão.

Ao campo Ferroviário
E ao campo do Curtume
Campo da LDA
Ir domingo era costume

Torcida tão numerosa
Hoje um estádio não reúne.

Tendo em vista o talento
Que havia na cidade
O numerário de craques
Era uma realidade
Era preciso um plantel
Profissional de verdade.

O dentista Walter Campos
O radialista Pondé
Osmário e Valdo Souza
Não deram de marcha-ré
Frei Virgínio, reuníram-se,
Sob o auspício da Fé.

É dito pelos antigos
Que o Atlético nasceu
Desse papo entre amigos
Na Matriz – não minta eu
Foi em março de setenta
Ano em que o Brasil venceu.

Aos dois de abril desse ano
Consta em ata o relato

Nosso Gavião Coral
Era nascido de fato
Quem batizou foi Leléu
Um atleticano nato.
Em cada canto daqui
O assunto palpitante

Era o ingresso do Atlético
No certame interessante
Algo diz que o Carcará
Tá voltando ao que era antes.
O prefeito Carneirinho
Dando prova de amor
À terra, fez o Estádio
Destaque no interior
Precisava do Atlético
Pra ilustrar seu valor.
Ao grande Heraldo se deve
Símbolo do Carcará
Foi num Bahia e Corinthians

No dia de inaugurar,
Ao estádio Carneirão
Levou a ave pra lá.
O bicho se assanhou
Vendo aquela multidão
Bateu asas e voou
Provocando sensação
Na torcida e virou símbolo
Como quis o Aragão.
Valdo Souza e Benigno
O seu hino compuseram
Que agora está no site
Mas em CD é que quero
Até eu fiz uma marcha
Que não é de cemitério.
Peixoto, digo, Satu
Foi quem o emblema fez
Foi quem traçou o escudo

Muitos não sabem, talvez
Embora na mocidade,
Nos lembrasse um português.
No ano setenta e um
Eu me lembro, era criança,
O assunto era um só
Na esquina, bar, vizinhança
Pra ingresso no certame
Foi preciso aliança.
Segundo a Federação
O prazo tava encerrado
Pra inscrever novo clube
Era fato consumado
No campeonato baiano
Que seria disputado.
Time certo, direção,
Papeleta toda em dia
Deslocou-se a Comissão

À capital da Bahia
A resposta foi que só
No outro ano ingressaria.
Foi Murilo Cavalcante
Que assumiu a direção
Segurou firme a bandeira
E foi até seu patrão
Tomou bênção e pediu
Do governo a intervenção.
Trouxe a confirmação
Do ingresso do Carcará
Ainda naquele ano
Para poder disputar
A federação cedeu
Se não ia se ferrar.
Nosso primeiro amistoso (30.01.71)
Foi com o grande rival
O Fluminense de Feira
Um a Zero no final
Não lembro quem fez o gol
Do nosso time coral.
Da estréia do Atlético (11.04.71)
No certame oficial
Não esqueço, o Leônico,
Tomou um gol no final
Dois a um se não me engano
Para alegria geral.
Olívio lançava a bola
E Dida arrematava
Luciano na esquerda
Lateral não segurava
Inda bem que meu xará
Meu nome não envergonhava.
Em setenta e três o Atlético
Foi o vice-campeão
Foi terceiro colocado
Em mais de uma  ocasião
Dos times do interior
Era a maior expressão.
Judélio Carmo, prefeito,
Foi quem fez a doação
De uma área de terra
Pra fazer a construção
Da sede  e o Presidente

Era Filadelfo, então.
Sua sede social
Inda não foi construída
Nos miremos no Vitória

Que teve a sua concluída
Onde a prata da casa
Teve atenção merecida.
Atlético de Merica
Atlético de Dendê
Do goleador Coroço
Nos deram grande prazer
Agora chegou a hora
De novamente se erguer.
O famoso Carneirão
Se vestiu de roupa nova
Quem acaso duvidar
É só ir tirar a prova
Qual água de correnteza
Que constante se renova.
A Nação Atleticana
Com toda força e vigor
Associação do Atlético
Um sangue novo ganhou
Volta ao ninho o Gavião
Resgatando seu valor.
E várias outras torcidas
De força descomunal
Eu já vi na arquibancada
Dando de vida o sinal
Como as torcida daqui
No Brasil não tem igual.
Nossa Nação Carcará,
A Torcida Organizada
No ano dois mil e nove
Ela foi condecorada
A Melhor do Interior
Por ser a mais animada.
Lembro de outras torcidas
Dedicando seu amor
Jovem Coral de Gilberto
A Fiel e a Coamor
A Tora e a Força Jovem
E Bolão que Deus levou.
A Torcida Atleticana
Deixo aqui minha gratidão
Abençoe o nosso Atlético
E toda sua direção
Pra ver sempre o  Atlético
Na Primeira divisão.
O cordelista agradece
Leitores, muito obrigado!
Uma vida sem lazer
É um caso complicado
A função do futebol
Já é fato comprovado.